Roma, de muitas histórias!
Quem chega a Roma nunca a esquece, não só por ser envolvido por toda a atmosfera do passado, de tudo o que se aprendeu nos livros da civilização antiga, mas como pelos encantos naturais e vida urbana movimentada. Não é à toa que a chamam de “Cidade Eterna”.
As fontes, os monumentos, as igrejas, arte por todos os lados, as ruínas testemunhando a história de uma das mais importantes cidades da Antiguidade.
Conosco não poderia ser diferente, a nossa “Tripulação Roma”, como foi denominado o grupo dos que ficaram depois do casamento da minha sobrinha em Florença, curtiu bastante o tempo que ficamos por lá! Pagar “tour”? alugar carro? Não, para quem só vai ficar dentro de Roma. A dica é reservar um hotel próximo das principais atrações, usar roupa confortável, tênis ou sapatinho e pernas “prá que te tenho-as”? Muito mais prazeroso, pois pára quando quiser, toma atalhos, passa em lojas, toma um delicioso “gellato”, ouve uma boa música aqui e alí dos artistas de rua.
Começamos o dia seguinte numa caminhada para a estação de trem, mas no caminho encontramos o Palazzo del Viminale que é um palácio histórico, sede do primeiro ministro e do Ministério do Interior desde 1925. Em 1961, o primeiro-ministro foi transferido para o Palazzo Chigi.
E o nosso roteiro foi esse:
Coliseu
Uma das 7 Maravilhas do Mundo Moderno!! Originalmente conhecido como Flavian Anfiteatro começou a ser construído no ano 72 d.C pelo imperador Vespasiano e foi concluído por seu filho Tito em 80. O Coliseu foi construído com 80 entradas arqueadas, permitindo fácil acesso à 55.000 espectadores sentados para assistirem os gladiadores, normalmente escravos, prisioneiros de guerra ou condenados e animais selvagens como leões e tigres. A platéia vibrava e gritava. Localiza-se à leste do Fórum Romano, é gigante e lindo.. Iluminado à noite então é de tirar o fôlego!
Bem, não visitei o interior com o restante das pessoas porque já tinha visitado antes da primeira vez que fui e não gostei da energia do lugar, era uma sensação de voltar àqueles horrores de arena do passado, com os cristãos sendo devorados pelas feras num triste espetáculo humano para divertir as pessoas. Optei no dia da visitação ao interior para ir a Assis (Assisi) com minha irmã e mais duas amigas. No entanto, voltamos a tempo de ir lá tirar umas belas fotos!
Fico encantada quando tiro fotos, apenas porque todo mundo está tirando, e venho a descobrir depois sobre o significado. Aconteceu com muitas delas, nessa nossa viagem à Itália. Essa, por exemplo, uma obra de arte recente de uma enorme “pomegranate” (romã) se abrindo, feita em mármore, em frente ao Coliseu, feita por Giuseppe Carta. A a obra-prima foi denominada “Germinazione” e foi feita para o Teatro del Silenzio na cidade de Lajatico, cidade natal de Andrea Bocelli em 2012 e foi concebida como um símbolo do prêmio humanitário de Bocelli. Andrea Bocelli tem uma fundação humanitária.
Arco de Constantino
Entre o Coliseu e o Fórum Romano está o Arco de Constantino. O monumento é um arco que foi erguido pelo Senado Romano para comemorar a vitória de Constantino contra Massenzio no ano de 313. Ambos Imperadores de duas partes do Antigo Império Romano, a batalha entre os dois unificou o Império e tornou Constantino um grande símbolo entre os romanos.
O Arco foi construído na estrada por onde as tropas romanas retornavam após os combates e tem 21m de altura e mais de 25m de largura com inscrições e esculturas contando como Constantino foi vitorioso em sua batalha. Ao contrário do de Paris, não é possível entrar nesse Arco, nem passar por baixo dele, mas mesmo assim vale a pena chegar perto e admirar sua beleza.
Forum Romano
Um conjunto de ruínas preservadas de construções de diversos períodos. Passamos por parte desse sítio arqueológico à noite, depois de saborearmos um delicioso jantar num restaurante coberto de parreiras. Estas ruínas fazem-nos lembrar que ali viveram e morreram impérios e que Roma esteve presente nos maiores momentos do mundo, os momentos da arte, da história, da religião, da humanidade. O maior destaque do local é a Coluna de Trajano, com aproximadamente 30 metros de altura e toda trabalhada em baixo relevo, contando a história de guerra do Imperador Trajano. Espectacular!
Monumento a Vittorio Emanuelle II
Caminhando ainda naquela direção encontramos o monumento Vittorio Emanuele II, desenhado por Sacconi, erguido para celebrar a independência Italiana e em honra a Vitor Emanuel II, primeiro rei da Itália unificada e considerado o pia da pátria italiana. Foi inaugurado em 1911 e completado em 1935. Feito de puro mármore branco de Botticino. A estrutura tem 135 metros de largura e 70 de altura. Fica na famosa Piazza Venezia e é onde está a homenagem ao soldado desconhecido italiano. Dali pegamos um táxi e fomos direto ao hotel.
Fontana di Trevi
Romântica… Todo mundo quer ver a Fontana di Trevi! A maior e mais famosa fonte de Roma, construída em 1735,em estilo barroco, pelo arquiteto Salvi na época do Papa Clemente XII. Quem não se lembra do filme “La Dolce Vita” de Frederico Fellini? Foi ornamentada por diversos artistas da escola do Bernini. Colocamos o endereço no GPS e lá fomos nós dá uma voltinha por lá, claro que na ida paramos para umas comprinhas básicas.
Pantheon
Uma das mais impressionantes obras do Império Romano construído no tempo do Imperador Adriano (117-138 d.C). O Panteão ou Pantheon romano é bem diferente dos monumentos gregos que logo nos vêm à cabeça. Conta-se que o templo original, construído por volta de 19 AC teria sido demolido e somente a sua frente teria sido conservada. Isso explica porque a frente é composta de colunas clássicas e depois o templo toma uma forma arredondada. O pórtico tem uma área de 450m² e 16 colunas de granito com quase 14m de altura que vieram do Egito.
No interior do Panteão é possível ver túmulos de membros da igreja católica e de artistas que trabalharam para ela, incluindo do pintor Rafael, que também é mostrado no filme Anjos e Demônios e de Vittorio Emanuele o primeiro Rei da Italia unificada. o Panteão tem sido utilizado como uma igreja, dedicada à “Santa Maria e os Mártires” chamada oficialmente de Santa Maria dei Martiri.
Ahhh..o Duomo, este é digno de fotos especiais. O interior da cúpula provavelmente foi desenhado para simbolizar a abóbada celeste. O óculo no ápice e a porta de entrada são as únicas fontes de luz natural no interior. No decorrer de um dia, a luz do óculo passeia pelo espaço num movimento inverso ao de um relógio de sol. O óculo serve ainda como sistema de resfriamento e ventilação do edifício; durante chuvas e tempestades, um sistema de drenagem no piso remove a água que escorre pela abertura.
Aproveitamos e tomamos uma “geladinha” na Piazza della Rotonda em frente, cheia de restaurantes bem bonitinhos.
Vaticano
Com a sua famosa Basílica de São Pedro. A maior igreja do mundo com uma área de 23.000 m² !! Consegue receber mais de 60.000 pessoas, sendo um dos lugares mais sagrados do Cristianismo. A construção da basílica começou em 1506 e terminou em 1626. Foi construída em parte com o dinheiro angariado pela venda de indulgências (agora fico aqui imaginando: vender indulgências???). A tradição diz que foi construída no mesmo lugar onde São Pedro, um dos apóstolos de Jesus Cristo, o 1º Papa, foi crucificado ou queimado. Na igreja há o túmulo de São Pedro embaixo do altar principal. Muitos dos outros papas também estão enterrados na basílica, inclusive João Paulo II. Em 11 de fevereiro de 1929, o Vaticano tornou-se um Estado Independente com o nome de Cidade do Vaticano.
A Praça de São Pedro é enorme para abrigar tantos fiéis que querem ver o Papa Francisco. Está localizada em frente à Basílica de São Pedro e foi projetada por Bernini no século XVII tendo como base o estilo clássico mas também o barroco e tem um obelisco do Antigo Egito ao centro, de 40 m de altura, incluindo a base e a cruz no alto do séc. XIII a.C. e foi trazido para Roma no reinado do imperador Nero. Vê-se as esculturas representativas de todos os papas no topo da Basílica de São Pedro.
Nossa chegada ao Vaticano foi bem cedo, tínhamos convites especiais para as cadeiras mais perto do lugar onde seria a celebração. Neste dia, tivemos a sorte de estar lá para a canonização de 30 mártires, dentre eles 27 brasileiros, que foram assassinados brutalmente por protestantes holandeses no nordeste do Brasil, no seculo 17. Foi uma cerimônia especial, diferente da costumeira missa dominical onde o Papa abençoa os fiéis do alto do prédio. Dessa vez, ao término, ele passou no Papa Móvel bem pertinho de onde estávamos. Emoção pura, pois sou fã de carteirinha do Papa Francisco, um verdadeiro missionário.
Castelo de Saint’Angelo
Saindo da praça de São Pedro, fomos em rumo ao castelo. Está localizado perto do Vaticano e é sem dúvida um imperdível ponto de visita. Ele foi construído inicialmente para ser o mausoléu do Imperador Adriano, daí o motivo de estar na periferia da cidade e não no antigo centro romano, mas só foi concluído no ano de 135, após a morte dele e com o tempo foi usado como base militar, prisão e até residência dos Papas. Essa versatilidade foi o que garantiu a sobrevivência do monumento, que diferente de outros originários dos anos do Império como o Coliseu, não foi transformado em pedreira. O castelo recebeu o atual nome no ano de 610 d.C., quando o papa Gregório, o Grande teve uma visão do Anjo Gabriel durante uma procissão sobre a ponte, onde oravam por causa da dizimação do povo romano pela Peste Negra. Muitas celas lá ainda permanecem intactas. Uma das salas mais famosos do Castelo Sant’Angelo é a Sala Paolina, que possui afrescos de 1546. Um corredor subterrâneo liga o palácio ao Vaticano, onde muitos papas tiveram que estretagicamente bater em retirada.
Hoje é um museu aberto ao público, que se interessou ainda mais por ele depois do lançamento do filme Anjos e Demônios. Atravessamos depois o rio Tibre (ou Tevere) pela ponte que fica em frente ao Castelo Sant’Angelo (a ponte Sant’Angelo). A ponte teve sua construção também iniciada pelo imperador Adriano, para ligar Roma ao Vaticano. Nesse período a ponte se chamava Ponte de São Pedro, mas foi igualmente alterada pelo Papa Gregório junto com o nome do castelo para Sant’Angelo. A ponte possui 14 estátuas de anjos feitas pelo escultor Gian Lorenzo Bernini. Para mim, esta é a ponte mais magnífica de toda a cidade, com suas esculturas delicadíssimas e imponentes. Os lindos anjos de Bernini seguram diversos objetos: cruz, pregos, coroa de espinhos, lança e outros objetos e prá quem fica para assistir o pôr do sol se encanta!
Piazza di Spagna
Depois da visita aos arredores do Castelo de Saint’Angelo tínhamos a intenção em pegar um táxi para irmos à Piazza di Spagna, mas ao colocar no aplicativo Uber estava uma demora de uns 20 minutos para chegar um veículo, então resolvemos ir à pé, já que nesse tempo estaríamos chegando lá. Então GPS nos guiou até lá, fomos em nosso tempo, parando aqui e ali. Ouvindo música de artista de rua, entrando em lojas para umas comprinhas básicas.
A Piazza di Spagna é um dos lugares mais concorridos de Roma. Sua monumental escada é ponto de encontro de romanos e turistas e foi cenário de diversos filmes. No mundo da moda, os 135 degraus da escada são conhecidos já que neles acontece o desfile Donne Sotto le Stelle. Este acontecimento ocorre a meados de julho e faz com que a praça se vista de gala. Esta piazza recebe este nome porque no século XVII toda a área, na qual ela se encontra localizada, era propriedade da embaixada espanhola em Roma, antes mesmo da unificação e do surgimento da Itália como nação. A Piazza di Spagna abriga uma série de coisas incríveis para você contemplar, a começar pela Fontana della Barcaccia, que é uma fonte com fortes influências barrocas esculpida pelos artistas Pedro Bernini e Gian Lorenzo Bernini. Para os amantes de compras nada melhor do que curtir as preciosidades que a Piazza di Spagna tem a oferecer. Por lá você encontra belíssima Via dei Condotti, que abriga importantíssimas lojas como: Armani, Gucci, Valentino e outras.
Ahh…ainda passamos, sem pretensão nenhuma, em frente ao Parlamento Italiano, só descobri porque achei o prédio interessante e como sou “xereta” fui lá na porta perguntar… 🙂
A volta para o hotel é que foi nada agradável…rsrsrs…com os pés já cansados e doendo, não achávamos táxi e nem Uber (foi já no cair da noite, hora que todo mundo pelas ruas lotadas estava querendo voltar também). Não teve jeito, tivemos que voltar à pé. A sorte é que nosso hotel não ficava tão longe.